OPINIÃO: forças armadas e soberania nacional | Felipe Tedesco Orlandi
Nesta terça-feira (10), muito se falou de um desfile bélico na Esplanada dos Ministérios realizado pela Marinha brasileira em razão de passagem pela Capital, com destino a Formosa, no estado de Goiás, para treinamento de […]
há 2 anos atrás

Nesta terça-feira (10), muito se falou de um desfile bélico na Esplanada dos Ministérios realizado pela Marinha brasileira em razão de passagem pela Capital, com destino a Formosa, no estado de Goiás, para treinamento de fuzileiros navais – a elite da marinha.
Deram conotação de que tal ato seria com a intenção de intimidar o Congresso Nacional em virtude de votação legislativa acerca do retorno ao voto impresso. Entretanto, deixando de lado essa questão política, qual sentido realmente teria esse cortejo?
Ao meu ver, a votação da PEC foi somente um mero acaso a programação, uma vez que a Marinha entende e sabe que seu aparelhamento está defasado e em mau estado de conservação, por inúmeros fatores. Necessitando de atualização e de mais verbas de um governo com orçamento estrangulado e de um país relativamente falido.
Olhando aos países fronteiriços ao nosso, verificamos que nossos equipamentos bélicos estão de acordo com as características dos outros Estados componentes da América do Sul, como Argentina, Paraguai e Bolívia. Enquanto nós perdemos, teoricamente, em força tecnológica para Chile e Venezuela.
Muito embora o Brasil, em sua Constituição Federal, tem como regência de suas relações internacionais a resolução pacifica dos conflitos e pregue a defesa da paz, o que traria irrelevância a necessidade de existir aparato bélico moderno. Em contrapartida, a soberania nacional é o princípio basilar da República Federativa do Brasil, a qual deve se sobrepor a outro fundamento ou princípio de relação internacional.
A garantia da soberania nacional passa pela guarda de fronteiras e até mesmo eventuais atos internos que busquem intervir nesse fundamento basilar. Necessitamos, desse modo, que nossas forças armadas sejam capazes, tanto com material humano treinado, quanto com aparato bélico suficiente a transmitir segurança ao nacionais e aos institutos formadores de nossa nação.
Não faço apologia à violência ou as práticas armamentistas civis, contudo, entendo que um país deve demonstrar ser capaz de garantir a segurança de seus nacionais. Afora isso, estou plenamente ciente que reaparelhamento de nossas forças armadas demorarão muitos anos a se cumprir, em razão da alocação de recursos federais à saúde, à educação e ao fundo partidário.
Foto: Marinha do Brasil / Facebook

Felipe Tedesco Orlandi é advogado estabelecido na cidade de Garibaldi. Amante de um bom vinho e de boas conversas, Orlandi contribui trazendo leveza em seu conteúdo, apresentando textos que abordam assuntos relevantes e que influenciam no desenvolvimento e convívio da sociedade.
“Acredito que a melhor maneira de haver crescimento intelectual e humano de uma sociedade passa pela informação, devendo ser ela prestada com clareza e analisando os mais diversos pontos existentes de uma discussão. Pretendo aqui contribuir com minha expertise para essa devida finalidade.”